sexta-feira, abril 25, 2008

A Carta à Igreja em Esmirna

· Durante o período em que Paulo ficou em Éfeso, na sua terceira viagem evangelística, “todos os habitantes da Ásia” ouviram o evangelho de Jesus (Actos 19:10).
· Pedro incluiu os eleitos e forasteiros da Ásia entre os destinatários de sua primeira carta (1 Pedro 1:1).
· É bem possível que a igreja em Esmirna, uma cidade situada aproximadamente 65 km ao norte de Éfeso, esteja incluída nestas citações.
· Mas, a primeira vez que ela é identificada por nome é nas citações no Apocalipse.
· Por isso, não temos informações específicas sobre esta igreja, além dos quatro versículos desta carta ao anjo da igreja em Esmirna.
· O pouco que sabemos é positivo.
· Esta carta elogia e encoraja, sem oferecer nenhuma crítica dos cristãos em Esmirna.
Ao Anjo da Igreja em Esmirna (Apocalipse 2:8-11)
A igreja em Esmirna
· v.8: Hoje conhecida com Izmir, a terceira maior cidade da Turquia e o segundo mais importante porto do país,
· Esmirna era uma cidade antiga de uma região habitada durante milhares de anos antes de Cristo.
· A antiga cidade foi destruída pelos lídios em 600 a.C. e reconstruída pelos gregos no final do 4º século a.C.
· A cidade ganhou nova vida, e pode ser descrita como uma cidade que morreu e tornou a viver.
· Durante o domínio romano, Esmirna se tornou um centro de idolatria oficial, conhecida como Guardião do Templo (grego, neokoros).
· Foi a primeira cidade da Ásia a construir um templo para a adoração da cidade (deusa) de Roma (195 a.C.).
· Em 26 d.C., foi escolhida como local do templo ao imperador Tibério.
· Foram descobertas imagens, na praça principal da cidade, de Posêidon (deus grego do mar) e de Deméter (deusa grega da ceifa e da terra).
· Na época do Novo Testamento, Esmirna provavelmente tinha uma população de aproximadamente 100.000. Por ser um porto excelente, facilitando o comércio entre a Ásia e a Europa, era uma cidade próspera.
Como Jesus se apresenta
Estas coisas diz o primeiro e o último v8
· Jesus começa esta carta com as palavras de 1:17, frisando a sua eternidade.
Que esteve morto e tornou a viver v.8
· Quase igual a afirmação de 1:18, esta frase destaca a vitória sobre a morte na ressurreição. I Co 15:3-4
· Na situação dos discípulos de Esmirna, encarando perseguições difíceis, seria especialmente importante lembrar da ressurreição de Jesus.
· O Senhor deles não fracassou diante da morte; ele a venceu!
· Eles, sendo fiéis, teriam a mesma esperança.
Jesus conhece (Tem conhecimento da situação da Igreja )
Conheço a tua tribulação 9 / Is 37:28
· Jesus, no meio dos candeeiros, viu o sofrimento de seus seguidores.
· Da mesma maneira que ele se compadeceu dos angustiados na terra durante o seu ministério (veja Marcos 1:41), ele olhou com compaixão para aqueles que sofriam em Esmirna.
· Mesmo assim, ele não os poupou de toda a dor, como veremos no versículo 10. A palavra “tribulação”, aqui, significa pressão que vem de fora. Act. 6 Estêvão, 2Co. 11:25-27 Paulo
A tua pobreza (mas tu és rico) (9):
· Apesar de morarem numa cidade próspera, os cristãos em Esmirna eram pobres.
· Provavelmente sofriam discriminação por causa da fé, e assim se tornaram pobres.
· É bem possível, também, que tivessem sacrificado seus recursos em prol do evangelho, como os macedónios fizeram para ajudar os irmãos necessitados alguns anos antes (2 Coríntios 8:1-9).
· Mas a pobreza material não tem importância quando há riqueza espiritual 3 João 2 / I Co 2:2
· A situação dos discípulos em Esmirna era muito melhor do que a da igreja em Laodicéia, que se achava rica apesar de sua pobreza espiritual (3:17).
A blasfémia dos falsos judeus (9):
· Blasfemar é falar mal.
· Frequentemente, refere-se a blasfémia contra Deus.
· Aqui, porém, a blasfémia é um aspecto do sofrimento dos crentes em Esmirna.
· Esta difamação veio de pessoas que se chamavam judeus mas, de facto, não eram verdadeiros judeus.
· Os judeus, que tiveram uma sinagoga em Esmirna, perseguiam os cristãos. Ao invés de serem verdadeiros judeus e descendentes espirituais de Abraão João 8:39-47; Romanos 2:28-29, eram servos de Satanás, o principal mentiroso e acusador dos fiéis (João 8:44).
O Animo de Jesus
Não temas as coisas que tens de sofrer (10)
· O conforto oferecido por Jesus não é o livramento do sofrimento.
· Ele anima os discípulos em Esmirna a não desistirem diante das tribulações que viriam logo.
· Covardes não têm esperança em Cristo Ap.21:8.
· Pessoas que fogem da sua responsabilidade diante de Jesus por medo de sofrer não são dignas da comunhão com ele. Lc. 9:26
· Pessoas que ensinam que o servo fiel será próspero e livre de sofrimento nesta vida não acreditam nas palavras que Jesus mandou à igreja em Esmirna!

A Provação
O diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós v.10
· O diabo é visto como a fonte da perseguição. Alguns seriam presos, provavelmente aguardando julgamento e possível morte.
A provação
Para seres postos à prova, e tereis tribulação de dez dias v.10
· O efeito da tribulação seria o de provar a fé desses cristãos.
· A sua lealdade a Cristo seria testada sob ameaças de morte.
· Mas a perseguição não continuaria para sempre.
· Dez dias sugere um tempo curto mas completo.
· Seria uma provação completa, mas teria um fim.
· Por ter vínculos tão fortes com a idolatria oficial de Roma, Esmirna tornou-se uma cidade perigosa para os cristãos.
O Alvo da Provação
Porque Deus permite as provações? Quais são seus objetivos?
1. Qualificar nossa fé - I Pe 1:6-8 como o ouro é provado valioso pelo fogo, e ao mesmo tempo é purificado de impurezas.
Tal sucede com nossa fé. A provação é o fogo (mesmo que seja aceso por Satanás).
2. Produzir virtudes em nós - Tg 1:3 e 4, Rm 5:3-4.
3. Recompensar-nos no fim de tudo - Tg 1:12, I Pe 1:7, I Pe 5:10, Rm 8:18, II Co 4:17.
4. Torna-nos íntegros - Tg 1:4, integridade é mais valioso do que inocência. Integridade é manter-se reto diante de provas.
5. Corrigir-nos e disciplinar-nos - Hb 12:4-8.
6. Glorificar o Seu Nome - Jo 9:3 e 11:4
7. Conduzir-nos a Ele, buscando-O nas horas difíceis (Sl 34:6, Sl 119:71).
Até onde a Provação
Sê fiel até à morte v.10
· O fim desta perseguição, para alguns, poderia ser a própria morte.
· Mesmo assim, deveriam ser fiéis.
· Às vezes, arranjamos qualquer desculpa para não fazer algo que Deus pede.
· Mas nada, nem a nossa própria vida, deve ser mais importante do que a nossa fidelidade a Deus.
A recompensa
E dar-te-ei a coroa da vida 10
· A palavra “coroa” (grego, stephanos) refere-se à coroa de vitória.
· A coroa da vida vem de Deus, o único que pode dar a vida (veja João 5:26; 14:6; 1 João 1:1-2).
· Aqueles que amam a vinda de Jesus receberão a coroa da justiça (2 Timóteo 4:8).
O vencedor 11 Aqueles que permanecem fiéis diante das perseguições são vencedores com Cristo.
De nenhum modo sofrerá dano da segunda morte 11
Não sofreria o castigo eterno (20:6,14; 21:8). Os perseguidores poderiam até causar a primeira morte, mas os fiéis não sofrerão a segunda morte (veja Mateus 10:28).
Recomendação
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas 11
· Como em todas as cartas às igrejas, Jesus chama os destinatários a ouvirem a sua mensagem.

Conclusão
· Morar em Esmirna no primeiro século não seria fácil para o discípulo de Jesus.
· Além das perseguições pelos judeus, eles enfrentavam uma ameaça mais organizada e mais poderosa.
· A idolatria oficial, juntando a religião à força do governo, prometia uma perseguição perigosa aos cristãos da cidade, tentando-os a abandonarem a sua fé para melhorar as suas circunstâncias ou até para evitar a morte violenta.
· Para vencer esta tentação, teriam que crer no poder daquele que já venceu a morte. Mesmo se morressem, as suas vidas eternas seriam garantidas somente se mantivessem sua confiança no eterno Senhor, “o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver”.